[44° Mostra SP] Limiar (Thereshold)

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Sinopse
Um cineasta armênio procura locações para o seu próximo projeto, que busca retratar as raízes ancestrais de seu país. Em uma mistura de ficção com imagens quase documentais, o realizador encontra pessoas ao longo da viagem. As complexas realidades geopolíticas que impactam a região também chamam a atenção do diretor, em uma narrativa que caminha entre o mundano e o transcendental.

Com direção e roteiro de Rouzbeh Akhbari e Felix Kalmenson, o filme aborda a espiritualidade e a busca interior de nossas raízes. Com uma belíssima fotografia, o filme tenta ir além em sua experimentação o que acaba por torna-lo um filme em que assim como o protagonista, não se encontra em campo nenhum no semântico, físico ou espiritual.

Crítica

O filme de 70 min nos transporta para um plano além do físico, com cortes rápidos depois cenas longas e contemplativas do natural, conversas desconexas são presenciadas enquanto adentramos psique de um homem que busca o local ideal para seu filme.

Ele busca não somente um local para seu filme mas um local do qual reconheça como seu, uma tarefa quase impossível ao se tratar de uma região afetada fortemente por disputas e crises econômicas como a Turquia. Um país cuja as belas paisagens dividem espaço com objetos e casas destruído, nada é eterno além do momento em que vivemos e a ação de parar para olhar o que temos em volta é a única verdade.

O cinema que mescla a ficção ao documental pode não ser o suficiente para o expectador se ele não comprar sua ideia de inicio e aqui isso é necessário. Podemos começar falando do filme a partir da escolha de seu nome: Threshold, Limiar em português. Começamos antes mesmo do título entrar em cena a ver nosso protagonista em cenários bucólicos em longas cenas e com uma fotografia incrível, ele parece estar se preparando para algo que é maior que seu espírito e nos prepara para um filme que promete entregar algo que não vai sair de nossas mentes por muito tempo, mas infelizmente não atingiu este objetivo.

Enquanto nosso protagonista vaga na natureza, e em sua alma, ele busca por um solo que seja compreensível ao mundo exterior porém de nada adianta se o seu mundo interior não estiver completo. O vazio o segue e sua busca por um lugar para filmar acaba se tornando uma busca por sua própria identidade. Interessante apontar também que mesmo no seu mundo exterior ainda não sabemos exatamente a origem do protagonista pois ele vive em uma região onde Armênios e Azerbaijanos dividem o espaço.

“Limiar” acaba por ser muito distante e frio passando muitas vezes do limite entre o que foi intencional ou não, o deixando pesado para se assistir se não tiver realmente comprado a ideia do filme. Facilmente esquecível, o filme promete mais do pode entregar agradando talvez aqueles que realmente amam o cinema experimental e até mesmo o cinema surrealista, a estas pessoas eu recomendo o filme.

Carateca, amante de cinema, revisora e tradutora de inglês e italiano. Amo como minha profissão me conecta aos meus hobbies e com o FilmeSP conecto as pessoas aos festivais de cinema que acontecem em SP mas que são dificilmente divulgados.

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