Mostra Jorge Sanjinés: um cinema junto ao povo

O Centro Cultural São Paulo preparou uma mostra para difundir os trabalhos cinematográfico comunitário indígena boliviano de Jorge Sanjines, incentivando o debate a respeito.
 
Sanjines, originário de La Paz, é um dos fundadores do movimento cinematográfico Nuevo Cine Latinoamericano, foi do Instituto de Cinematografia Boliviana e o primeiro cineasta boliviano a incorporar as línguas Quéchua e Aymara nos filmes do país.
 
Além da exibição dos filmes, no dia 02 haverá uma conferência “50 anos do Nuevo Cine Latinoamericano e o cinema “junto ao povo” de Jorge Sanjines”
 
Mostra Jorge Sanjinés: um cinema junto ao povo
Quando: de 28 à 03.12
Quanto: Grátis, com abertura da bilheteria as 14h para retirada de ingressos das sessões do dia
Onde: CCSP – Sala Lima Barreto (99 lugares)
 

Programação

 

28.11 – terça

17h Revolução (Revolución, 1963, 10min)
17h Ukamau (Sangre de Cóndor/Sangue de condor, 1969, 70min)
19h Yawar Malku
 

29.11 – quarta

17h A coragem do povo (El coraje del pueblo, 1971, 90min)
19h O inimigo principal (El enemigo principal/Jatun Auk’a, 1973, 103min)
 

30.11 – quinta

17h Insurgentes (2012, 83min)
19h A nação clandestina (La nación clandestina, 1989, 128min)
 

01/12 – sexta

15h Ukamau (Así es/É assim, 1966, 72min)
17h Juana Azurduy, guerrilheira da pátria (Juana Azurduy, guerrillera de la pátria grande, 2016, 103min)
19h As bandeiras do amanhecer (Las banderas del amanecer, 1982, 76min)
 

02/12 – sábado

15h Revolução (Revolución, 1963, 10min)
15h Yawar Malku (Sangre de Cóndor/Sangue de condor, 1969, 70min)
17h Conferência 50 anos do Nuevo Cine Latinoamericano e o cinema “junto ao povo” de Jorge Sanjinés
com: María Aimaretti, professora Doutora de História do Cinema Latino-americano e Argentino da Universidade de Buenos Aires (UBA), e Yanet Aguillera, professora Doutora do curso de História da Arte da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).
19h A nação clandestina (La nación clandestina, 1989, 128min)
 

03/12 – domingo

15h Coragem do povo (El coraje del pueblo, 1971, 90min)
17h O inimigo principal (El enemigo principal/Jatun Auk’a, 1973, 103min)
19h As bandeiras do amanhecer (Las banderas del amanecer, 1982, 76min)
 
 
 

Sinopses

 

As bandeiras do amanhecer
Documentário sobre a luta popular que possibilitou a recuperação do processo democrático – interrompido pelo golpe militar do coronel Natush, em 1979 – e a tomada do poder pelo general García Mesa, apenas um ano depois. Acompanhando os eventos, o filme aborda o alto grau de consciência social e política do povo da Bolívia.

 

A coragem do povo
Em 24 de junho de 1967, seria realizado um amplo encontro operário para discutir o apoio que seria dado à guerrilha, que estava lutando em Ñancahuazú, na Bolívia. Na noite de São João, o exército boliviano invadiu o acampamento mineiro Siglo XX e assassinou dezenas deles. Trata-se de uma reconstrução fiel do fato verídico, encenado por sobreviventes do massacre.

 

O inimigo principal
Baseado em fatos reais ocorridos nas montanhas do Peru, o filme reconstrói a história de um grupo de guerrilheiros que julgam e executam Gamonal Carrillos e seu capataz, autores de abusos atrozes e crimes contra os membros de uma comunidade quechua andina. Quando os guerrilheiros deixam a comunidade, se deparam com a repressão militar.

 

Insurgentes
Por meio da reconstrução de momentos históricos cruciais da luta dos povos indígenas da Bolívia, o filme retrata a recuperação da soberania massacrada pela colonização espanhola. O filme resgata a história da luta de heróis indígenas até o momento atual, em que pela primeira vez um indígena ocupa a presidência da república.

 

Juana Azurduy, guerrilheira da pátria grande
O filme aborda o encontro entre os libertadores Simón Bolívar e Antonio José de Sucre, na cidade de Chuquisaca, em novembro de 1825. Naquela época, Juana Azurduy se encontra na pobreza e narra a história de vários dos heróis montoneros da Guerra Republicana, inclusive sua própria experiência durante os 16 anos de luta contra os colonizadores espanhóis.

 

A nação clandestina
Sebastián Mamani retorna à sua comunidade aymara de origem, da qual foi expulso tempos atrás. Durante sua viagem de volta, relembra seu passado, carregando uma ghipa, grande máscara nas costas, para dançar até a morte. Um ritual de expiação pelos pecados que causaram seu exílio, forma de renascimento de sua identidade cultural perdida.

 

Revolução
Revolução mostra as condições de vida miseráveis da grande maioria dos habitantes da Bolívia e as manifestações dos trabalhadores que sofrem com a repressão policial.

 

Ukamau
Uma jovem camponesa aymara é estuprada e assassinada por um comerciante mestiço. Antes de morrer, consegue dizer o nome do assassino ao marido, que aguarda um ano até o dia da vingança, um duelo até a morte. O filme é uma metáfora sobre a recuperação da soberania indígena.

 

Yawar Malku

Em uma comunidade Quecha, uma equipe da agência estadunidense Corpos da Paz se dedica a esterilizar jovens camponesas sem o seu consentimento. Ignacio, chefe da comunidade, descobre o crime que esterilizou sua própria esposa e se junta à comunidade para cobrar justiça. Inspirado em fatos reais, a repercussão do filme levou à expulsão dos Corpos da Paz da Bolívia.

 
 


CCSP: Rua Vergueiro 1000 – CEP 01504-000 tel 3397 4002 – Paraíso São Paulo – SP
Carateca, amante de cinema, revisora e tradutora de inglês e italiano. Amo como minha profissão me conecta aos meus hobbies e com o FilmeSP conecto as pessoas aos festivais de cinema que acontecem em SP mas que são dificilmente divulgados.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Back To Top