18º Edição da retrospectiva do cinema Brasileiro

Seleção de curtas e longa metragens do cinema brasileiro lançados entre novembro de 2016 à outubro de 2017, pela curadoria da da montadora Cristina Amaral, do crítico Chico Fireman e equipe CineSesc.

A retrospectiva conta com 41 produções nacionais. Incluindo dramas, comédias e documentários.
Quando: de 07.12 à 03.01
Quanto: 12$ com meia entrada por 6$ ou $3,50 para aqueles com credencial pela SESC
Onde: CineSesc
Os ingressos podem ser adquiridos na bilheteria do CineSesc ou online por filme no site 18º Edição da retrospectiva do cinema Brasileiro 

Programação

07.12 – Quinta
15h – Um Casamento (Livre)
17h – Com Os Punhos cerrados (14 anos)
19h – Estopô Balaio (10 anos)
21h – A Margem (12 anos, sessão gratuita com retirada de ingresso com 1h de antecedência, ou 1h30 para aqueles com credencial pela SESC)
08.12 – Sexta
15h – Br 716 (14 anos)
17h – Sob Pressão (14 anos)
19h – Cinema Novo (12 anos)
21h – Martírio (12 anos)
09.12 – Sábado
15h – Olhar Instigado (12 anos)
17h – Waiting For B. (12 anos)
19h – Joaquim (14 anos)
21h – Bingo: O Rei das Manhãs (16 anos)
10.12 – Domingo
11h – A Família Dionti (Sessão gratuita Cineclubinho, Livre)
17h – Era O Hotel Cambridge (12 anos)
19h – O Filme Da Minha Vida (14 anos)
21h – Elis (14 anos)
11.12 – Segunda
15h – Guerra Do Paraguay (16 anos)
17h – Rifle (12 anos)
19h – Estopô Balaio (10 anos)
21h – Comeback (16 anos)
12.12 – Terça
17h – Exodus – De Onde Eu vim Não Existe Mais (12 anos)
19h – Clarisse Ou Alguma coisa Sobre Nós Dois (16 anos)
21h – Mestre Cabelo (Sessão gratuita, Livre)
13.12 – Quarta
17h – Canção Da Volta (14 anos)
19h – As Duas Irenes (14 anos)
14.12 – Quinta
15h – Pendular (18 anos)
17h – Vermelho Russo (12 anos)
21h – Waiting For B. (Sessão gratuita com debate, 12 anos)
15.12 – Sexta
15h – Beduíno (12 anos)
17h – Mais Do Que Eu Possa me Reconhecer (Livre)
19h – Corpo Elétrico (16 anos)
21h – Entre Os Homens de Bem (Sessão gratuita com debate, 12 anos)
16.12 – Sábado
15h – Comeback (16 anos)
17h – Um Filme De Cinema (14 anos)
19h – Sinais De Cinza, A Peleja De Olney Contra O Dragão da Maldade (12 anos)
21h – As Duas Irenes (14 anos)
17.12 – Domingo
11h – Jonas E O Circo sem Lona (Livre)
15h – A Gente (12 anos)
17h – Pitanga (12 anos)
19h – Como Nossos Pais (14 anos)
21h – Danado De Bom (Livre)
19.12 – Terça
15h – Sob Pressão (14 anos)
17h – Os Pobres Diabos (12 anos)
19h – Canção Da Volta (Sessão Gratuita Cine Psique 14 anos)
20.12 – Quarta
15h – Taego Ãwa (10 anos)
17h – Divinas Divas (14 anos)
19h – Rifle (12 anos)
21h – Era O Hotel Cambridge (12 anos)
21.12 – Quinta
15h – Danado De Bom (Livre)
17h – Br 716 (14 anos)
19h – Bingo: O Rei das Manhãs (16 anos)
19h – Pitanga (12 anos)
21h – Um Filme De Cinema (14 anos)
22.12 – Sexta
15h – A Família Dionti (Livre)
17h – A Gente (12 anos)
21h – Como Nossos Pais (14 anos)
23.12 – Sábado
15h – Cinema Novo (12 anos)
17h – Cidades Fantasmas (Livre)
19h – Divinas Divas (14 anos)
21h – Corpo Elétrico (16 anos)
26.12 – Terça
17h – Um Casamento (Livre)
19h – Vermelho Russo (12 anos)
27.12 – Quarta
15h – Elis (14 anos)
19h – Pendular (18 anos)
21h – Taego Ãwa (10 anos)
28.12 – Quinta
15h – Com Os Punhos cerrados (14 anos)
17h – Joaquim (14 anos)
21h – Martírio (12 anos)
29.12 – Sexta
17h – Os Pobres Diabos (12 anos)
15h – Jonas E O Circo sem Lona (Sessão gratuita Cineclubinho, Livre)
19h – Beduíno (12 anos)
21h – Mais Do Que Eu Possa me Reconhecer (Livre)
30.12 – Sábado
15h – Clarisse Ou Alguma coisa Sobre Nós Dois (16 anos)
19h – Exodus – De Onde Eu vim Não Existe Mais (12 anos)
21h – O Filme Da Minha Vida (14 anos)
02.01 – Terça
15h – Sinais De Cinza, A Peleja De Olney Contra O Dragão da Maldade (12 anos)
17h – Olhar Instigado (12 anos)
03.01 – Quarta
15h – Cidades Fantasmas (Livre)
19h – Guerra Do Paraguay (16 anos)

Sinopses

A Família Dionti (dir. Alan Minas, Brasil/Inglaterra, 2015, 97 Minutos, Fantasia, Livre)
A fantástica história de um pai e seus dois filhos, Kelton, de 13 anos, e Serino, de 15, que vivem em um sítio no interior de Minas Gerais. A mãe não mora mais com eles, pois derreteu de amor, evaporou e partiu. Enquanto todos os dias sonha com a volta da mulher a cada chuva que cai, o pai cuida dos lhos com olhar atento, preocupado com a possibilidade de que tenham herdado o dom da mãe. Mas Serino é seco e chora grãos de areia. Já Kelton, ao se apaixonar pela primeira vez por uma garota do circo, literalmente se liquefaz de amor. Vencedor do prêmio de melhor filme pelo júri popular no Festival de Brasília
A Gente (dir. Aly Muritiba, Brasil, 2013, 99 Minutos, Documentário, 12 anos)
Por sete anos o diretor Aly Muritiba trabalhou em uma prisão, onde fez parte da Equipe Alfa. Após estudar cinema e fazer alguns curtas, Muritiba volta a seu antigo trabalho para reencontrar seus colegas e realizar um filme com a equipe, formada por 28 pessoas, homens e mulheres de origens e formações distintas, que fazem a guarda e custódia de cerca de mil criminosos numa penitenciária brasileira. Walkiu torna-se o chefe da equipe e espera fazer um bom trabalho. Mas percebe que suas mãos estão algemadas.
A Margem (dir. OZUALDO CANDEIAS, Brasil, 1967, 96 Minutos, Drama, 12 Anos)
Na favela às margens do Rio Tietê, em São Paulo, trágicas histórias de amor têm lugar. Entre os personagens um louco aflito que está sempre à procura de uma rosa, uma jovem que teve de recorrer à prostituição, uma prostituta que circula vestida de noiva e um homem que aparenta destoar do conjunto por vestir um paletó e uma gravata que o sufoca. Uma trágica realidade social.
As Duas Irenes (dir. Fabio Meira, Brasil, 2017, 89 Minutos, Drama, 14 anos)
Irene, uma tímida menina de 13 anos e filha mais velha de uma tradicional família do interior de Goiás, descobre que o pai tem uma segunda família com uma costureira da vizinhança e outra filha de sua mesma idade, também chamada Irene. Sem que ninguém saiba, ela se arrisca para conhecer a nova irmã e acaba fazendo uma nova amizade, descobrindo uma Irene e um universo familiar completamente diferentes do seu. Vencedor de quatro prêmios no Festival de Gramado, incluindo melhor roteiro e prêmio da crítica.
Beduíno (dir. Julio Bressane, Brasil, 2016, 75 Minutos, Drama Experimental, 12 anos)
Um casal bastante curioso – dramaturgos de sua própria existência na qual a arte surge acompanhada de uma singular pretensão metafísica – procura pela coisa mais difícil, através de repetidas e variadas representações, em um cenário de luz onde se misturam esperança e desespero. Exibido na seleção oficial do Festival de Locarno.
Bingo: O Rei das Manhãs (dir. Daniel Rezende, Brasil, 2017, 113 Minutos, Drama, 16 anos)
Cinebiografia de Arlindo Barreto, um dos intérpretes do palhaço Bozo no programa matinal homônimo exibido pelo SBT durante a década de 1980. Barreto alcançou a fama graças ao personagem, apesar de jamais ser reconhecido pelas pessoas por sempre estar fantasiado. Uma cláusula no contrato não permitia revelar quem era o homem por trás da maquiagem e Arlindo, ou o novo “rei das manhãs”, se transforma no anônimo mais famoso do Brasil. Esta frustração o levou a se envolver com drogas, chegando a utilizar cocaína e crack nos bastidores do programa.
Br 716 (dir. Domingos Oliveira, Brasil, 2016, 89 Minutos, Comédia dramática, 14 anos)
Nos anos 1960, Felipe é um boêmio inveterado que desfruta da boa vida no apartamento dado por seu pai, localizado na rua Barata Ribeiro, em Copacabana. Esta fábula da fase do álcool, da mais intensa boemia, termina no golpe de 1964 e Felipe, que sempre dá muitas festas, fica em dúvida se deve seguir seus amigos pelas ruas contra o Golpe de Estado. Vencedor de quatro Kikitos no Festival de Gramado, incluindo melhor filme e direção.
Canção Da Volta (dir. Gustavo Rosa de Moura, Brasil, 2016, 98 Minutos, Drama, 14 anos)
Um dia, Eduardo chega em casa e descobre que Julia, sua esposa, tentou se matar. Ela deixou o marido e os dois filhos, sem dar explicação. Algum tempo depois, ela volta. Eduardo faz de tudo para recolocá-la nos eixos, mas a impossibilidade de conhecê-la por inteiro o aflige. A ressonância do suicídio e o inevitável fantasma de uma nova tentativa pairam sobre todos. Eduardo insiste em desvendar sua mulher, mas um ciúme crescente e a descoberta de um passado insuspeito passam a torturá-lo. Ele não percebe que, muitas vezes, a busca por controle transforma-se facilmente em obsessão.
Cidades Fantasmas (dir. Tyrell Spencer, Brasil, 2017, 80 Minutos, Documentário, Livre)
Em Humberstone, Chile, resquícios na paisagem e memórias de sobreviventes mal conseguem ilustrar a prosperidade da época em que dali saía boa parte do salitre exportado para todo o mundo. Nas imediações da antiga Fordlândia, Pará, casas hoje ocupadas por posseiros são os últimos sinais de uma cidade norte-americana construída por Henry Ford no auge do ciclo da borracha. Armero, na Colômbia, teve sua população praticamente erradicada pela erupção do vulcão Nevado del Ruiz, em 1985. Vinte e cinco anos depois de ter sido inundada, após a quebra de uma barragem, ruínas da Villa Epecuén, na Argentina, emergiram para expor os restos de uma estação de águas medicinais. Vencedor do prêmio de melhor filme na competição nacional do festival É Tudo Verdade.
Cinema Novo (dir. Eryk Rocha, Brasil, 2016, 90 Minutos, Documentário, 12 anos)
Um ensaio poético que investiga um dos principais movimentos cinematográficos latino-americanos através do pensamento e fragmentos de filmes dos seus principais autores. O filme mergulha na aventura da criação de uma geração de cineastas que inventou, logo no início da década de 1960, uma nova forma de fazer cinema no Brasil – a partir de uma atitude política que juntava arte e revolução – e que tinha como desejo um cinema que tomasse as ruas e fosse ao encontro do povo brasileiro. Vencedor do troféu Golden Eye para o melhor documentário exibido no Festival de Cannes.
Clarisse Ou Alguma coisa Sobre Nós Dois (dir. Petrus Cariry, Brasil, 2015, 84 Minutos, Drama, 16 anos)
Clarisse mora em Fortaleza, longe do pai, mas decide ir até sua casa para visitá-lo. Na casa do pai moribundo, ela descobre segredos da sua infância que envolvem um irmão que morreu. Neste universo claustrofóbico, ela mergulha em um turbilhão emocional em meio à árida pedreira e à floresta que ainda pulsa. Ressentimentos são postos à mesa e a memória dos mortos, despertada por sangue, objetos, sombras e sonhos, afeta Clarisse.
Com Os Punhos Cerrados (dir. Luiz Pretti, Pedro Diogenes e Ricardo Pretti, Brasil, 2014, 74 Minutos, Drama, 14 anos)
Eugenio, Joaquim e João, de uma rádio clandestina, colocam suas vozes para gritar pela liberdade enquanto planejam a revolução. Eles invadem as transmissões das rádios tradicionais de Fortaleza com poesias, músicas, citações, arquivos de som e provocações. Certa noite, eles são vistos disfarçados pelas ruas da cidade, em ações que atacam a base constitutiva da sociedade burguesa e capitalista. Aos poucos eles começam a incomodar os poderosos. Franco, empresário influente e magnata do forró, decide destruir a qualquer custo, a rádio e a vida deles. Quando o perigo começa a rondar a rádio, surge Salomé, uma ouvinte bela e misteriosa que quer se unir a eles na revolução. Exibido na seleção oficial do Festival de Locarno.
Comeback (dir. Erico Rassi, Brasil, 2016, 89 Minutos, Suspense, 16 anos)
Amador é um ex-pistoleiro aposentado e relegado ao ostracismo. Solitário e amargurado, ele coleciona em um álbum os recortes de jornal de seus crimes antigos. Após várias humilhações, ele vai reagir com violência à hostilidade do mundo que o cerca, ao mesmo tempo em que tentará voltar à ativa. Vencedor do prêmio de melhor ator (Xavier) no Festival do Rio.
Como Nossos Pais (dir. Laís Bodanzky, Brasil, 2017, 102 Minutos, Drama, 14 anos)
Rosa é uma mulher que quer ser perfeita em todas suas obrigações, seja como profissional, mãe, filha, esposa e amante. Quanto mais tenta acertar, mais tem a sensação de estar errando. Filha de intelectuais dos anos 1970 e mãe de duas meninas pré-adolescentes, ela se vê pressionada pelas duas gerações, que exigem que ela seja engajada, moderna e onipresente, uma supermulher sem falhas nem vontades próprias. Até que, em um almoço de domingo, recebe uma notícia bombástica de sua mãe. É quando Rosa inicia uma redescoberta de si mesma. Vencedor de seis prêmios no Festival de Gramado, incluindo melhor filme e direção.
Corpo Elétrico (dir. Marcelo Caetano, Brasil, 2017, 94 Minutos, Drama, 16 anos)
Elias mora no interior de São Paulo e sempre sonha em conhecer o mar. Ele tem 23 anos e trabalha como assistente da estilista Diana numa confecção de roupa feminina, mas seu grande sonho é ter sua própria marca. Ao se ver apaixonado por Filipe, um imigrante africano que trabalha na linha de produção, ele começa a organizar festas de equipe para ter motivos extras para encontrar o garoto.
Danado De Bom (dir. Deby Brennand, Brasil, 2016, 75 Minutos, Documentário, Livre)
Nascido em Arcoverde, no sertão pernambucano, menino solitário criado pelo pai depois que a mãe foi embora, João Silva descobriu cedo a paixão pelos ritmos nordestinos, como o baião, o xote e o forró. Ainda garoto, decidiu ir para o Rio de Janeiro, para conhecer o ídolo Luiz Gonzaga. Os dois, que a princípio se estranharam, acabaram tornando-se não só grandes amigos, mas parceiros em muitos sucessos, como “Doutor do Baião”, “Nem se despediu de mim” e “Pagode russo”. Vencedor de quatro prêmios no Cine PE, incluindo melhor filme.
Divinas Divas (dir. Leandra Leal, Brasil, 2016, 110 Minutos, Documentário, 14 anos)
Rogéria, Jane Di Castro, Divina Valéria, Camille K, Eloína dos Leopardos, Fujika de Halliday, Marquesa e Brigitte de Búzios são ícones da primeira geração de artistas travestis do Brasil. A partir de uma íntima relação com a diretora e com o teatro de sua família, importante palco na trajetória de todas elas, o filme acompanha as personagens no processo de construção de um espetáculo que celebra seus 50 anos de carreira. O filme propõe a compreensão de suas vidas como obras de arte, mas também como ato político no Brasil de ontem e de hoje.
Elis (dir. Hugo Prata, Brasil, 2016, 115 Minutos, Drama, 14 anos)
A história da cantora Elis Regina, desde sua chegada ao Rio de Janeiro, com 19 anos, até sua morte trágica e precoce. Apesar de todas as dificuldades, o sucesso vem fulminante e a vida de Elis ganha projeção nacional e internacional. Jovem de origem humilde, se torna uma das maiores artistas da música e é considerada até hoje a maior cantora do Brasil. Vencedor de três Kikitos no Festival de Gramado, incluindo melhor atriz (Horta).
Entre Os Homens de Bem (dir. Caio Cavechini e Carlos Juliano Barros, Brasil, 2016, 104 Minutos, Documentário, 12 anos)
Jean Wyllys é um corpo estranho em um Congresso Nacional de tendências cada vez mais conservadoras. Durante três anos, este documentário acompanhou os passos do deputado como porta-voz da causa LGBT, antenado a discussões políticas que transbordam de Brasília para as ruas e para as redes sociais. Além de traçar o perfil de um personagem singular, Entre os Homens de Bem é o prólogo do atual cenário de crise de representatividade e polarização da política brasileira
Era O Hotel Cambridge (dir. Eliane Caffé, Brasil/França/Espanha, 2017, 99 Minutos, Drama, 12 anos)
A inusitada trajetória de um grupo de refugiados recém-chegados ao Brasil que se une aos sem-teto, dividindo a ocupação em um edifício no centro de São Paulo. Na tensão diária pela ameaça do despejo, revelam-se dramas, situações cômicas e diferentes visões de mundo. O filme foi construído através de um processo colaborativo com um grupo de estudantes de arquitetura da Escola da Cidade e o MSTC – Movimento dos Sem Tetos do Centro. Vencedor do prêmio de melhor filme pelo público na Mostra de São Paulo e melhor filme pela crítica e pelo público e melhor montagem no Festival do Rio.
Estopô Balaio (dir. Cristiano Burlan, Brasil, 2016, 78 Minutos, Documentário, 10 anos)
Há cinco anos o Estopô Balaio desenvolve um processo artístico a partir das experiências dos moradores do Jardim Romano com as águas das enchentes que assolaram suas vidas durante dez anos. As águas inundam com frequência as casas, as ruas e devastam o cotidiano dos moradores, que são obrigados a reinventar a vida, a criar perspectivas de sobrevivência e de re-existência. A arte se alia a esse processo. São todos atores nesse processo de fabular a própria vida. Todos pactuam com o ato teatral.
Exodus – De Onde Eu vim Não Existe Mais (dir. Hank Levine, Brasil/Alemanha, 2017, 90 Minutos, Documentário, 12 anos)
Um retrato das histórias de refugiados de diferentes partes do mundo que tiveram de deixar suas casas por motivos distintos. Napuli, uma ativista política, teve de deixar o Sudão do Sul para viver na Alemanha. Tarcha nasceu no Saara Ocidental e teve que fugir para a Argélia, em 1975, devido à invasão do Marrocos. Nascida na Síria, Dana chegou ao Brasil via Turquia e está desesperada para poder reunir sua família no Canadá. Bruno, do Togo, passou nove anos na Alemanha, até ser finalmente legalizado e passar a ajudar outros refugiados. Lahtow e Mahka, de Kachin, Mianmar, tiveram que deixar suas casas devido a conflitos militares.
Guerra Do Paraguay (Brasil, 2017, 80 Minutos, Drama Histórico, 16 anos)
Nessa metáfora poética sobre uma guerra sangrenta, um fato inesperado se torna real: um encontro do passado com o presente, da barbárie com a arte. Um soldado vindo da Guerra do Paraguay se encontra uma trupe de teatro dos dias de hoje.
Joaquim (dir. Marcelo Gomes, Brasil/Portugal, 2017, 97 Minutos, Drama, 14 anos)
A história do que levou Joaquim José da Silva Xavier, um dentista comum de Minas Gerais, a se tornar mais conhecido por sua alcinha, Tiradentes, transformando-se em um importante herói e mártir nacional que veio a liderar o levante popular chamado até hoje de Inconfidência Mineira. Selecionado para a Competição Oficial do Festival de Berlim.
Jonas E O Circo sem Lona (dir. Paula Gomes, Brasil, 2015, 82 Minutos, Livre)
Jonas tem 13 anos e nasceu em um circo itinerante. Há alguns anos, mudou-se com a mãe e a avó para um bairro da periferia de Salvador. Ele nunca se acostumou ao novo estilo de vida, por isso criou o seu próprio circo no quintal de sua casa. Mas mantê-lo vivo é cada vez mais difícil: Jonas está crescendo e a adolescência lhe impõe impiedosamente novos desafios. Assim, enquanto seu circo vai acabando, ele percebe sua impotência em mudar o final desse filme, levando-nos ao devaneio da pergunta: o que fazemos com nossos sonhos quando crescemos?
Mais Do Que Eu Possa me Reconhecer (dir. Allan Ribeiro, Brasil, 2015, 72 Minutos, Documentário, Livre)
Em uma solidão de 800 metros quadrados, em que o espelho já não lhe basta, um artista plástico descobre na videoarte uma companheira inseparável. Documentário sobre o artista Darel Valença Lins, que tem por hobby realizar vídeos experimentais em sua residência. Assim, boa parte do material do filme é formada por cenas captados por ele mesmo. Vencedor do prêmio de melhor filme na mostra Aurora do Festival de Tiradentes.
Martírio (dir. Vincent Carelli, Brasil, 2016, 160 Minutos, Documentário, 12 anos)
O retorno ao princípio da grande marcha de retomada dos territórios sagrados Guarani Kaiowá através das filmagens de Vincent Carelli, que registrou o nascedouro do movimento na década de 1980. Vinte anos mais tarde, tomado pelos relatos de sucessivos massacres, Carelli busca as origens deste genocídio, um conflito de forças desproporcionais: a insurgência pacífica e obstinada dos despossuídos Guarani Kaiowá frente ao poderoso aparato do agronegócio. Vencedor do prêmio de melhor filme pelo júri popular e do Prêmio Especial do Júri no Festival de Brasília.
Mestre Cabelo (Brasil, 2017, 90 Minutos, Documentário, Livre)
O Mestre Cabelo poderia ser considerado um dos maiores violeiros que o Brasil já teve, e também um dos mais desconhecido. Este é um documento que discute o caminho para a fama da música instrumental no Brasil e por que alguns (por mais talentosos que sejam) não conseguem atingir o reconhecimento público em vida.
O Filme Da Minha Vida (dir. Selton Mello, Brasil, 2017, 113 Minutos, Drama, 14 anos)
Serras Gaúchas, 1963. O jovem Tony Terranova precisa lidar com a ausência do pai, que deixou a ele e a sua mãe para voltar a viver na França. Professor de francês no colégio da cidade, ele se vê às voltas com seus alunos adolescentes. Apaixonado pelos filmes que vê no cinema da cidade grande, Tony faz do amor e do cinema suas grandes razões de viver. Até que a verdade sobre seu pai começa a vir à tona e o obriga a tomar as rédeas de sua vida. Baseado no livro Um pai de cinema, de Antonio Skármeta.
Olhar Instigado (dir. Chico Gomes e Felipe Lion, Brasil, 2015, 71 Minutos, Documentário, 12 anos)
Três artistas se apropriam do espaço público e apresentam sua visão e sua forma de manifestá-la na maior cidade da América do Sul. O filme é um mergulho nas ruas de São Paulo pelo olhar instigado de Alexandre Orion, Bruno Locuras e André Monteiro, o Pato, que resulta ainda em uma análise sobre o a situação em que a cidade vive.
Os Pobres Diabos (dir. Rosemberg Cariry, Brasil, 2013, 93 Minutos, Comédia dramática, 12 anos)
O Gran Circo Teatro Americano leva suas atrações ao sertão nordestino. Na cidade de Aracati, a trupe monta uma divertida peça sobre a crise no inferno. Com uma trama rocambolesca e inspirada na literatura de cordel, a atração mostra a chegada do bandido Lamparino ao inferno e como Lúcifer participa do capitalismo internacional. Enquanto isso, nos bastidores, amores e tragédias movimentam a vida dos artistas. Vencedor do prêmio do público no Festival de Brasília.
Pendular (dir. Júlia Murat, Brasil/Argentina/França, 2017, 108 Minutos, Drama, 18 anos)
Um jovem casal se instala em um grande galpão industrial abandonado. Uma fita laranja colada ao chão separa o espaço em duas partes iguais: à direita um atelier de escultura, à esquerda um espaço de ensaio de dança. Neste ambiente onde arte, performance e intimidade se misturam, os personagens perdem aos poucos a capacidade de distinguir entre seus projetos artísticos, o passado de cada um e sua relação amorosa. Exibido na mostra Panorama do Festival de Berlim, onde ganhou o prêmio da crítica, e na competição do Festival de Brasília.
Pitanga (dir. Beto Brant e Camila Pitanga, Brasil, 2016, 110 Minutos, Documentário, 12 anos)
O filme investiga o percurso estético, político e existencial do ator Antônio Pitanga, que foi destaque em alguns dos momentos de maior inquietação artística do cinema brasileiro. Pitanga foi dirigido por grandes cineastas como Glauber Rocha (A idade da Terra, Barravento, Câncer), Cacá Diegues (Quilombo, Joanna Francesa, Ganga Zumba) e Walter Lima Jr. (Chico Rei, Menino de engenho), entre outros.
Rifle (dir. Davi Pretto, Brasil, 2016, 88 Minutos, Drama, 12 anos)
Dione é um jovem misterioso e introspectivo, uma espécie de ‘cavaleiro solitário’, que vive com uma família em uma região rural e remota na fronteira entre o Rio Grande do Sul e o Uruguai. Ele trocou a cidade pelo campo, mas parece ser o único a querer ficar. A tranquilidade da região é afetada quando um rico fazendeiro tenta comprar a pequena propriedade na qual Dione e a família vivem. Vencedor de três Prêmios no festival de Brasília, incluindo melhor roteiro.
Sinais De Cinza, A Peleja De Olney Contra O Dragão da Maldade (dir. Henrique Dantas, Brasil, 2017, 88 Minutos, Documentário, 12 anos)
Documentário que busca contar a história de Olney São Paulo trazendo para as telas a dimensão do seu trabalho. Um realizador que morreu durante a ditadura militar, vítima de processos de tortura, por conta de seus trabalhos. O filme trabalha com projeções de obras de Olney em espaços desgastados por onde ele passou ao longo de sua vida, incluindo a sala em que foi torturado até a morte.
Sob Pressão (dir. Andrucha Waddington, Brasil, 2016, 90 Minutos, Drama, 14 anos)
Ao longo de um dia tenso na emergência, na sala de trauma e no centro cirúrgico, acompanhamos o trabalho do cirurgião Evandro e sua equipe em três casos que requerem cirurgias de risco: um traficante, um policial militar e uma criança de família rica, todos feridos durante um tiroteio numa favela próxima ao hospital. Enfrentando a urgência, as condições limitadas do hospital e a pressão de parentes e outras pessoas ligadas aos pacientes, Evandro vai se ver diante de escolhas difíceis para fazer tudo o que é possível e tentar o impossível.
Taego Ãwa (dir. Henrique Borela e Marcela Borela, Brasil, 2016, 75 Minutos, Documentário, 10 anos)
Cinco fitas VHS encontradas no armário de uma faculdade disparam o desejo desse filme. Anos depois, munidos de mais registros, os diretores vão ao encontro dos Ãwa na Ilha do Bananal. Levam consigo a memória do desterro ao qual foi exposto o povo Tupi que mais resistiu à colonização no Brasil Central. As imagens foram vistas, sentidas e mais imagens surgiram desse encontro em meio à luta por Taego Ãwa.
Um Casamento (Brasil, 2016, 80 Minutos, Documentário, Livre)
A partir da história do casamento de Maria Moniz – mãe da diretora Mônica Simões – realizado na Bahia dos anos 1950, este documentário reflete sobre os condicionamentos sociais em torno do matrimônio. A narrativa se constrói por meio do confronto de memórias: a memória subjetiva, composta pelas lembranças da noiva e pelas lembranças da diretora, filha da noiva; e a memória concreta, representada pelos materiais de arquivo e pela casa da família, além dos efeitos do tempo sobre estes objetos e sobre a própria memória das personagens.
Um Filme De Cinema (dir. Walter Carvalho, Brasil, 2015, 108 Minutos, Documentário, 14 anos)
As ruínas do Cine Continental, abandonado em pleno sertão da Paraíba, servem como ponto de partida para um filme sobre o cinema, com depoimentos de Ariano Suassuna sobre as incríveis histórias de sua memória de menino nos cinemas das cidades do interior. Além do escritor, realizadores como Hector Babenco, Julio Bressane, Andrzej Wajda, Vilmos Zsigmond, Ruy Guerra, Ken Loach, Béla Tarr, Gus Van Sant, Jia Zhangke, entre outros, respondem a perguntas como: “por que você faz cinema?” e “para que serve o cinema?”.
Vermelho Russo (dir. Charly Braun, Brasil/Rússia, 2016, 90 Minutos, Drama, 12 anos)
Marta e Manu são duas jovens atrizes em crise com a profissão. A fim de se reinventarem, decidem encarar o inverno russo para se aprofundar na famosa técnica Stanislavski de interpretação. Entre nevascas, brigas, paixões e muitos litros de vodca, suas personagens acabam por extrapolar os limites da cena e da amizade, fazendo com que sejam constantemente testadas pelo rigor do teatro e por uma Rússia majestosa e difícil. Vencedor do prêmio de melhor roteiro no Festival do Rio.
Waiting For B. (dir. Paulo Cesar Toledo e Abigail Spindel, Brasil, 2015, 71 Minutos, Documentário, 12 anos)
O filme acompanha a jornada de super-fãs de Beyoncé que, sem condições de pagar pelos ingressos mais caros, acamparam por dois meses para garantir seus lugares na primeira fila. Convivendo com essa comunidade improvisada, vêm à tona assuntos importantes, como classe econômica, identidade negra, homofobia, feminismo e o que significa este sacrifício em prol de um fenômeno midiático muito maior e mais poderoso que eles próprios.

CineSesc – rua augusta, 2075 / [11] 3087-0500 / próximo ao metrô consolação

Carateca, amante de cinema, revisora e tradutora de inglês e italiano. Amo como minha profissão me conecta aos meus hobbies e com o FilmeSP conecto as pessoas aos festivais de cinema que acontecem em SP mas que são dificilmente divulgados.

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