Cinema Português Contemporâneo no CCSP

E está na vez do cinema português ter sua mostra com os mais recentes filmes contemporâneos e de quebra, uma retrospectiva do diretor Miguel Gomes mostrando seus filmes que trabalham entre a realidade e o imaginário do cotidiano com tons de documentário.
 
Quando: de 03 à 12.08
Quanto: 2$ com retirada de ingresso com 1h de antecedência na bilheteria.
A Sala Lima Barreto tem capacidade de 99 lugares.
 

Programação

 

Quinta 03/08

15h – Bobô (dir. Inês Oliveira, 2013, 80 min)
17h – Gelo (dir. Luís e Gonçalo Galvão Teles, 2016, 105 min)
19h15 – Aquele querido mês de agosto (dir. Miguel Gomes, 2008, 150 min)
 

Sexta 04/08

15h30 – A cara que mereces (dir. Miguel Gomes, 2004, 88 min)
17h30 – Os gatos não têm vertigens (dir. António Pedro Vasconcelos, 2014, 124 min)
20h – Tabu (dir. Miguel Gomes, 2012, 110 min)
 

Sábado 05/08

15h30 – A corte do norte (dir. João Botelho, 2008, 122 min)
17h45 – Alentejo, Alentejo (dir. Sérgio Tréfaut, 2013, 98 min)
19h45 – Operação Angola (dir. Diana Andringa, 2015, 120 min)
 

Domingo 06/08

16h – Treblinka (dir. Sérgio Tréfaut, 2016, 76 min)
17h – As mil e uma noites: Volume 1, o inquieto (dir. Miguel Gomes, 2015, 2h12, 16 anos)
19h45 – As mil e uma noites: Volume 2, o desolado (dir. Miguel Gomes, 2015, 2h11, 16 anos)
 

Terça 08/08

15h30 – Terra de ninguém (dir. Salomé Lamas, 2013, 72 min)
17h – A costa dos murmúrios (dir. Margarida Cardoso, 2004, 115 min)
19h45 – As mil e uma noites: Volume 3, o encantado (dir. Miguel Gomes, 2016, 2h05, 16 anos)
 

Quarta 09/08

16h – A um mar de distância (dir. Pedro Magano, 2016, 53 min)
17h30 – Tabu (dir. Miguel Gomes, 2012, 110 min)
20h – A última vez que vi Macau (dir. João Pedro Rodrigues e João Rui Guerra da Mata, 2013, 1h41)
 

Quinta 10/08

16h – Curtas João Salaviza
18h – Via de acesso (dir. Nathalie Mansoux, 2008, 82 min)
20h – As mil e uma noites: Volume 1, o inquieto (dir. Miguel Gomes, 2015, 2h12, 16 anos)
 

Sexta 11/08

15h – Morrer como um homem (dir. João Pedro Rodrigues, 2009, 134 min))
17h30 – As mil e uma noites: Volume 2, o desolado (dir. Miguel Gomes, 2015, 2h11, 16 anos)
20h – A cara que mereces (dir. Miguel Gomes, 2004, 88 min)
 

Sábado 12/08

15h – As mil e uma noites: Volume 3, o encantado (dir. Miguel Gomes, 2016, 2h05, 16 anos)
17h30 – Treblinka (dir. Sérgio Tréfaut, 2016, 76 min)
19h30 – Via de acesso (dir. Nathalie Mansoux, 2008, 82 min)
 
 

Sinopses

 

A um mar de distância

Ninguém sabe quantos portugueses morreram na pesca do bacalhau durante o Estado Novo. Sepultados no mar, ou em terras longínquas, esses homens foram deixados para trás, esquecidos pelo país que glorificava, durante a Ditadura, o papel deles no regresso de Portugal ao mar. Mas em 1966, um realizador canadiano filmava “The White Ship”, um documentário que nos mostra o funeral de um pescador português, vítima de uma tempestade, e que ficou sepultado em St. John’s, no Canadá. Do destino de muitos pescadores pouco ou nada sabemos. Mas no caso de Dionísio Esteves, esse filme fixou para sempre uma memória do seu local de sepultura, permitindo que agora, em 2015, o seu túmulo se transformasse num memorial que glorifica a todos os pescadores portugueses que lá jazem.
 

Alentejo, Alentejo

Depois do reconhecimento internacional do fado, Portugal apresentou, em 2013, a candidatura do cante alentejano a Patrimônio Cultural e Imaterial da Humanidade da UNESCO. Neste documentário, Sérgio Tréfaut leva o espectador a uma viagem pelo interior do Alentejo, onde se descobrem as paisagens, tradições e modo de vida dos seus habitantes. Uma das mais interessantes tradições nascidas a Sul do Tejo está no cante alentejano, um coro polifônico entoado habitualmente por grupos de homens de todas as idades, embora existam também alguns grupos femininos. Criado nas tabernas ou nos campos de cultivo, atravessou as fronteiras da região que lhe deu origem. Com o passar do tempo apareceram novos grupos na periferia de Lisboa, acentuando o cante como a expressão de uma identidade própria e de uma vontade de regressar às origens.
 

Aquele querido mês de agosto

Em Portugal, o mês de agosto é marcado por uma série de festividades, com apresentações de grupos musicais tradicionais e outras atividades típicas. Apenas com o desejo de fazer um filme sobre o assunto, o diretor parte com sua equipe em busca de um roteiro e de atores dispostos a interpretar os personagens. Enfrentando diversas dúvidas e a falta de dinheiro, é criada a história de um triângulo amoroso formado por um homem, sua filha e o primo da moça.
 

Bobô

Depois da morte do irmão, Sofia isolou-se num velho apartamento onde viveu toda a vida. Para auxiliá-la nas tarefas domésticas e nos cuidados com o filho, chega Mariama, uma jovem guineense. Apesar da aparente tranquilidade, Mariama vive atormentada com o ritual da mutilação genital feminina a que Bobô, a sua filha pequena, está prestes a ser submetida. Para poder ajudá-las, Sofia se vê obrigada a sair, finalmente, da reclusão…
 

A cara que mereces

O filme gira em torno de Francisco, um professor à beira de uma claustrofobia emocional com a crise dos 30 anos, que tenta se convencer do dogma: “Até os 30 anos, tem-se o rosto que Deus deu; depois disso, tem-se o rosto que se merece”. Na data do aniversário, Francisco adquire sarampo, fica de quarentena e se vê induzido a uma série de questionamentos cômicos de sua infância.
 

A corte do norte

Esta é a história de Emília de Sousa, a maior atriz que o teatro português conheceu nos finais do séc. 19, que abandonou a carreira para se casar com o rico madeirense Gaspar de Barros e transformar-se na baronesa Madalena do Mar. Tão bela quanto Sissi, a imperatriz da Áustria, com quem conviveu no inverno de 1860/61, decidiu construir um mistério que perdurou por quatro gerações e por mais de um século. Ana Moreira, a protagonista, interpreta Sissi e as mulheres das quatro gerações da família: Rosalina/Emília, Águeda e Rosamund. Realizado por João Botelho e adaptado do romance homônimo de Agustina Bessa-Luís, o filme retoma um projeto antigo do malogrado realizador José Álvaro Morais (1943-2004).
 

A costa dos murmúrios

No final dos anos 1960, Evita chega a Moçambique para se casar com Luís, um estudante de matemática. Ela rapidamente nota que Luís já não é o mesmo e que, perturbado pela guerra, transformou-se num triste imitador do seu capitão, Forza Leal. Quando os homens partem para uma grande operação militar no Norte, Evita fica sozinha e, no desespero de tentar compreender o que modificou Luís, procura a companhia de Helena, a mulher de Forza Leal. Submissa e humilhada, Helena é prisioneira em sua casa, onde cumpre uma promessa. É ela quem revela a Evita o lado negro de Luís… Perdida num mundo que não é o seu, Evita se dá conta da violência de um tempo colonial à beira do fim. Realizado por Margarida Cardoso, o filme é uma adaptação do romance homônimo de Lídia Jorge, que aborda um momento ainda doloroso e com muitas feridas abertas da História de Portugal.
 

Os gatos não têm vertigens

Apesar dos seus 18 anos, Jó é já um rapaz desencantado com a vida. Proveniente de uma família disfuncional, criado com pouco afeto e compreensão, acabou por se deixar influenciar pelas piores companhias do bairro. Rosa, com 73 anos, é uma mulher frágil e bondosa que se debate com a incapacidade de lidar com o recente falecimento de Joaquim, com quem partilhou quase toda a vida. Depois de uma discussão violenta, Jó é expulso de casa pelo pai e se refugia no terraço de Rosa, onde decide passar a noite. Na manhã seguinte, a velha senhora descobre o rapaz e decide acolhê-lo em sua casa. Entre os dois nasce uma enorme cumplicidade que, apesar de incompreendida por todos, torna-se cada dia mais forte e verdadeira.
 

Gelo

Um filme dramático em ambiência fantástica e que reflete sobre a vida, o amor e a imortalidade, e que conta com a assinatura do realizador Luís Galvão Teles, em parceria com o seu filho Gonçalo. Filme de abertura da edição de 2016 do Fantasporto, é uma das 15 obras selecionadas para integrar a Official Narrative Feature Competition, a principal competição do Festival Cinequest (EUA).
 

As mil e uma noites: Volume 1, o inquieto

Um cineasta foge durante o processo de realização de seu novo filme e, ao ser capturado, não tem outra saída a não ser repetir o que fez Xerazade em “As Mil e Uma Noites”, em que precisava contar uma história diferente a cada noite para não ser degolada pelo rei, seu marido – no caso em questão, os algozes são os demais integrantes da equipe de filmagens. Desta forma, ele passa a apresentar narrativas baseadas na crise vivida por Portugal entre os anos de 2013 e 2014. Os contos deste volume são “O Homem de Pau Feito”, “A História do Galo e do Fogo” e “O Banho dos Magníficos”.
 

As mil e uma noites: Volume 2, o desolado

Aprisionado por sua própria equipe de filmagens, o diretor Miguel Gomes segue contando histórias fantasiosas e pitorescas inspiradas na crise econômica vivida por Portugal entre os anos de 2013 e 2014. Os contos deste volume são “Crônica de Fuga de Simão ‘Sem Tripas’”, “As Lágrimas da Juíza” e “Os Donos de Dixie”.
 

As mil e uma noites: Volume 3, o encantado

Após tantas histórias, Xerazade não sabe se ainda conseguirá agradar o Rei por outras noites. Ela deixa o palácio disposta a conhecer o mundo exterior e, ao retornar, conta a história de uma comunidade de homens em Lisboa que ensinavam os pássaros a cantar. Os contos deste episódio são “Xerazade”, “O Inebriante Canto dos Tentilhões” e “Floresta Quente”.
 

Morrer como um homem

O filme começa com a deserção de um soldado e caminha até o auge de uma terrível crise de identidade. Um transformista homossexual chamado Tonia passa por momentos difíceis, e tenta apagar qualquer vestígio da sua vida passada como homem. Enfrentando a etapa final da sua carreira nos palcos, ele ainda tem que lidar com os problemas de se ter um amante mais novo e um filho problemático.
 

Operação Angola

Em Junho de 1961, cerca de 60 estudantes das então colônias portuguesas – entre os quais os ex-presidentes de Cabo Verde e Moçambique, Pedro Pires e Joaquim Chissano, e os ex-primeiros-ministros de Angola e Moçambique, Fernando Van Dunen e Pascoal Mocumbi – fugiram clandestinamente de Portugal para escapar da repressão da polícia política da ditadura portuguesa, a PIDE.
 

Sessão de curtas – João Salaviza

Uma sessão destinada aos curtas do diretor João Salaviza. Serão exibidos Arena (2009), Rafa (2012) e Cerro Negro (2012).
 

Tabu

Aurora é um senhora temperamental que divide o andar de um prédio em Lisboa com sua empregada cabo-verdiana e uma vizinha dedicada a causas sociais. Quando Aurora morre, as outras duas passam a conhecer um oculto episódio do seu passado Uma história de amor e crime vivida na África e que mostra o início do fim do império de Portugal no continente africano.
 

Terra de ninguém

Paulo oferece retratos sublimados das crueldades e paradoxos do poder, assim como das revoluções que o depuseram, apenas para erguer novas burocracias, novas crueldades e paradoxos. O seu trabalho como mercenário encontra-se na franja desses dois mundos.
 

Treblinka

Dentro de um trem que percorre os países da antiga União Soviética, uma voz feminina e uma masculina leem as memórias de um sobrevivente da Segunda Guerra Mundial que foi obrigado a trabalhar no campo de concentração de Treblinka e colaborar com a morte de dezenas de milhares de judeus.
 

A última vez que vi Macau

Guerra da Mata recebe um e-mail de uma amiga que não tinha notícias há muito tempo, avisando que ela havia partido para Macau. Ela contava ainda que mais uma vez tinha se envolvido com os homens errados, mas dessa vez as consequências foram mais graves: Um grande amigo seu havia sido assassinado durante um jogo aparentemente inofensivo. Depois disso, ela sentia que coisas estranhas e misteriosas estavam acontecendo e pressentia ser a próxima vítima. Uma ficção com alguns elementos de documentário que trata do confronto entre a atualidade e a memória de Macau da década de 1970.
 

Via de acesso

Os últimos habitantes da Azinhaga dos Besouros, na periferia de Lisboa, não têm direito a serem incluídos no “Plano Especial de Realojamento”. Vivem a demolição do seu bairro, onde será construída uma via rápida.
 


Centro Cultural São Paulo – Rua Vergueiro, 1000 – Paraíso, (11) 3397-4002


Carateca, amante de cinema, revisora e tradutora de inglês e italiano. Amo como minha profissão me conecta aos meus hobbies e com o FilmeSP conecto as pessoas aos festivais de cinema que acontecem em SP mas que são dificilmente divulgados.

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