[44° Mostra SP] Cozinhar F*der Matar (Cook F** kill)

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Sinopse:

Um dia na vida de Jaroslav, um belo e aparentemente bem-humorado filho, pai e marido. Tímido motorista de ambulância, ele tem um relacionamento complexo com a esposa, Blanka, que usa os três filhos do casal como chantagem para conseguir o que quer. Jaroslav, por sua vez, esconde que tem ciúmes patológicos de Blanka e pavor de que ela o abandone com os três filhos. Várias versões sobre como Jaroslav tenta salvar seu casamento são engenhosamente contadas e desdobradas na narrativa, em que papéis e a dinâmica de poder são invertidos, sempre culminando em muito sangue e louças quebradas.

Crítica

Cozinhar F*der Matar é um filme pitoresco com ares de história de contos de fadas onde o protagonista utiliza da metamorfose interior – e exterior em determinado momento – para controlar o mundo a sua volta porém, esquece que ele deve fazer parte da mudança que tanto deseja. Seus primeiros momentos já mostra como o foco fabulesco será utilizado através do filme, com coro de mulheres recitando sobre a natureza imutável humana e animal, durante o filme vemos estas mesmas mulheres julgando as ações do até então impotente protagonista que foge de seus olhares.

Entre muitos eventos que beiram o absurdo vemos Jaroslav, interpretado pelo também chamado Jaroslav Plesl, dirigir sua ambulância pela cidade fazendo favores à familiares para conseguir ver seus filhos que estão na casa da avó cujo portão está trancado. Um misto de desespero e raiva é habilmente manipulado graças ao som que sempre dita quando a mente de Jaroslav está prestes a atingir seu limite.

Segundas, terceiras, quartas chances….

 

O filme expõe a estrutura familiar tóxica que é mantiva pelo medo e através de chantagem um do outro, todos convivem juntos em uma cidade em que nada fica em segredo por muito tempo. A convivência trás consigo o conhecimento do que machuca, seja de forma física, mental ou sexualmente, este conhecimento é usado para que cada um consiga o que quer.

Em um mundo de fábulas, Jaroslav precisa cumprir seis trabalhos distindos para conseguir cumprir seu objetivo de abrir o portão e ver seus filhos, em especial Adam que aparentemente está caído. Apesar de diversas vezes informar este fato mais ninguém parece se importar ou se assustar. Incluindo sua esposa Blanka, que só entregará a chave do portão permitindo que ele veja os filhos se ele conseguir ficar com o apartamento de sua mãe Dorota.

O filme se divide em três atos sempre pela perspectiva de Jaroslav, em cada ato vemos outros membros da família e outras facetas de Jaroslav e Blanka, desde o relacionamento sem rumo e a manipulação de Blanka usando os filhos para conseguir o apartamento, ao relacionamento da mãe de Jaroslav que tem um caso com o pai agressivo de Blanka. A missão pela chave se desdobra através das ações abusivas que Jaroslav e sua família realizam a todo momento para atingirem uns aos outros, tendo assim uma relação perigosa entre eles.

 

Estou preocupado com as crianças

 

O filme é esteticamente bonito e naturalista, algo que seria incrível de se ver no cinema enquanto assiste ao desenvolvimento morno que usa do abuso doméstico como foco narrativo mas sem nunca realmente potencializar sua conversa ou consequências. Não digo aqui com foco moralístico mas sim de roteiro, muitas das cenas parecem que estão lá só por estar.

Carateca, amante de cinema, revisora e tradutora de inglês e italiano. Amo como minha profissão me conecta aos meus hobbies e com o FilmeSP conecto as pessoas aos festivais de cinema que acontecem em SP mas que são dificilmente divulgados.

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